OBJETIVOS: avaliar a reserva ovariana de mulheres com endometriose em idade reprodutiva, com e sem anticorpos antitireoidianos positivos.
MÉTODOS: estudo transversal retrospectivo realizado em clínicas de reprodução assistida em Recife, Pernambuco, entre fevereiro de 2017 a agosto de 2021. Foram incluídas mulheres de 18 a 49 anos, com diagnóstico de endometriose e dosagem registrada de anticorpos antitireoidianos (anticorpos anti-tireoperoxidase – anti-TPO e antitireoglobulina – anti-Tg), hormônio anti-mulleriano (HAM) e contagem de folículos antrais (CFA). Foram excluídas outras causas de baixa reserva ovariana. As variáveis numéricas foram comparadas pelo teste de Mann-Whitney (grupos com e sem anticorpos), considerando p<0,05. Resultados: foram analisados 48 prontuários de mulheres elegíveis com prevalência de 29,2% de mulheres com anticorpos antitireoidianos positivos e 70,8% negativos. A mediana do HAM foi de 0,66 ng/mL no grupo positivo e 1,37 ng/mL no grupo negativo (p=0,09), e a CFA foi de 7,5 e 10,0, respectivamente (p=0,41).
CONCLUSÃO: observou-se uma alta prevalência de anticorpos antitireoidianos positivos em mulheres com endometriose, sem diferença estatisticamente significativa nos marcadores de reserva ovariana, embora com tendência a menores valores de HAM entre as soropositivas. Estudos futuros com amostras ampliadas poderão confirmar ou modificar estes achados.
Palavras-chave: Tireoidite autoimune, Doença de Hashimoto, Reserva ovariana, Fertilidade, Endometriose, Autoimunidade