OBJETIVOS: analisar a função sexual e fatores preditores de disfunção sexual entre gestantes acompanhadas na Atenção Primária à Saúde em município no norte de Minas Gerais.
MÉTODOS: estudo transversal, analítico realizado com 1.279 gestantes de Montes Claros/MG, entre 2018 e 2019. Variável: dependente satisfação sexual; variáveis independentes: características sociodemográficas, obstétricas, condições de saúde física e mental e queixas na gestação.
RESULTADOS: a prevalência de disfunção sexual foi de 27,4%. Verificou-se associação com: ter entre nove a 11 anos de estudo (RP=1,08; IC95%=1,03-1,14; p=0,002); ou mais do que 11 anos de estudo (RP=1,14; IC95%=1,08-1,20; p<0,001); renda familiar ≤1 salário mínimo (RP=1,06; IC95%=1,02-1,09; p<0,001); queixa gestacional de tontura (RP=1,54; IC95%=1,23-1,92; p<0,001); baixo apoio social (RP=1,53; IC95%=1,24-1,89; p<0,001); imagem corporal negativa (RP=1,26; IC95%=1,03-1,54; p=0,020); e presença de sintomas de estresse (RP=1,27; IC95%=1,00-1,60; p<0,001).
CONCLUSÃO: fatores preditores de disfunção sexual foram identificados em parte expressiva das gestantes sendo associados a fatores sociodemográficos (anos de estudo); renda familiar; fatores obstétricos (queixas gestacionais como a tontura); aspectos sociais como o baixo apoio; aspectos emocionais (imagem corporal negativa) e a presença de sintomas de estresse. Os resultados indicam a necessidade de mais estudos com gestantes para entender causas da disfunção sexual e orientar ações interprofissionais que promovam a saúde sexual e reprodutiva.
Palavras-chave: Sexualidade, Gestação, Qualidade de vida, Comportamento sexual, Atenção primária à saúde